Seu nome era:Benedito Francisco José da Penha Nunes
Ele nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de novembro de 1920 e faleceu, também no Rio, em 7 de junho de 1997. Foi pianista, compositor e ator. Trabalhou em cinema, em rádio, em bailes, em shows e deixou vários discos gravados.
Sua vida:
Possuidor de grande musicalidade, ao quatro anos aprendeu a tocar piano. Teve aulas por seis meses apenas, depois do que, enveredou por conta própria, na arte de tocar, sendo um verdadeiro autodidata.
Foi considerado um “ virtuose” do piano.
Com sete anos , apresentou-se pela primeira vez no programa de rádio: “ Hora Infantil”, da Rádio Cajuti. Para espanto de todos, tocou: “ Pé de Anjo”, de Sinhô.Ganhou, em troca, um contrato de seis meses na emissora. Aos 14 anos já tocava em gafieiras, em salões. Em 1945, entrou no conjunto: “ Milionários do Rítmo”, do maestro Djalma Ferreira, que tocava no famoso “Hotel Quitandinha”. Em 1946,fez o filmes: “ A Mãe” de Teófilo de Barros, da Cinematográfica Atlântica. Foi o pianista- galã do filme. Em 1949, fez o filme: “Carnaval no Fogo”, de Watson Macedo. Nesse mesmo ano sua polca:“Carnaval no Fogo” foi cantada no mesmo filme e gravada depois por Adelaide Chiozzo, importante cantora e acordeonista da época.
Em 1951,gravou: “ Moleque Tumba”, “ Gostosinho”. Fez o filme: “ Aí Vem o Barão”. Em 1952,gravou: “ Dulce, I Love You” e “ Deserto”. No mesmo ano fez o filme, como ator:” O Rei do Samba”. Depois atuou em : “ Barnabé, Tu És Meu” e “ Fogo na Roupa”, contracenando com Adelaide Chiozzo.
Em 1953,gravou:” Rapsódia Sueca” e “ Feitiço da Vila”, de Noel Rosa e Vadico. Nesse ano fez várias musicas para a cinematográfica “ Atlântica”. Nessa mesma década, formou uma orquestra com 32 elementos.
Ele era o pianista preferido do Palácio da Catete, sede do Governo Federal, pois Juscelino Kubischek sempre o solicitava.
Em 1954,atuou no filme: “ Malandros em Quarta Dimensão”, que tinha ainda a participação de Grande Otelo, Blecaute, Bob Nelson, Dick Farney, Nora Ney, Francisco Carlos. Em 1955,fez: “ Guerra no Samba”, direção de Carlos Manga.
Benedito Francisco e sua esposa foram os grandes anfitriões do movimento da Bossa Nova. Em 1959, reuniu em seu apartamento na Gávea, todos os grandes nomes da bossa nova, para uma reportagem de dez páginas da revista: “ O Cruzeiro”. Ai estavam: Tom Jobim, João Gilberto, Luiz Bonfá, Ronaldo Bôscoli, Nara Leão, Alayde Costa, Luis Carlos Vinhas, Roberto Menescal, Sylvinha Telles, Oscar Castro Neves, Nana Caymmi, e outros.Até Ary Barroso, lá compareceu para prestigiar.
Na década de 60, Benedito Francisco gravou: “ Benê Nunes e Seu Piano” e “Telefone para 27-9696”.
Em 1970, foi homenageado por João do Vale, com a música: “ Coroné Antônio Bento”. A partir de 1980,passou a fazer shows só esporadicamente. Sua última apresentação foi em 1984, na sala Cecília Meireles.
Benê Nunes foi casado com a cantora Dulce, sua companheira na divulgação e incentivo à bossa-nova.
Ele faleceu com 77 anos, no Rio de Janeiro