Gaetano Gherardi nasceu no Cairo, Egito, em 13 de outubro de 1927. O pai era diplomata italiano, então o garoto recebeu a nacionalidade italiana. A mãe, de sobrenome Dandolo, é descendente de uma das dez famílias que dominaram Veneza. Gaetano Gherardi é então “de sangue azul”. Mas jamais ligou para isso. Foi sempre um garoto inquieto, inteligente, e, pela carreira do pai, foi transferido de um país para outro.
Estudou no Marrocos francês, no Marrocos espanhol, na Itália, em todo canto. Vários exames eram feitos em 4 idiomas: espanhol, francês, italiano e árabe. E o rapaz passava sempre. Nem ele mesmo sabe como. Logo, porém, se ligou ao teatro. Queria ser ator. Com 14 anos estava fazendo parte de uma companhia teatral. E logo o pai foi transferido para o Brasil, tendo vindo abrir o Consulado da Itália em São Paulo. No navio, já mocinho, conheceu aquela que viria a ser sua primeira esposa.
Chegando, conheceu Nicolau Tuma, um importante homem de rádio. A ele pediu emprego e conseguiu. Era o ano de 1947, e a época pós-guerra era difícil para os italianos, alemães, etc.. Mesmo assim Gaetano conseguiu o emprego. Em 1950, com a inauguração da TV Tupi, transferiu-se para lá. E começou a fazer de tudo. Foi ser diretor de cena. Participava dos grandes teatros como o “TV de Vanguarda”, o “TV de Comédia”. Com Walter Stuart começou a fazer comédias, como ator. Depois foi para a TV Paulista. Ali ajudou a implantar o “Circo do Arrelia”.
E isso acontecia num estúdio pequenino, uma antiga lavanderia. Tudo era feito no maior dos esforços e criatividade. Voltou à TV Tupi, depois TV Record. Irrequieto, mudava de emissora a todo instante. Começou a escrever para teatro. Teve o programa “Gaetano Gherardi e seu teatro”. Fez ainda o “Tigre”. Esse programa começou na TV Paulista e terminou na TV Record. Esteve ainda na TV Cultura, onde fez novelas. Foi depois para o jornalismo. Foi diretor de redação da revista “Intervalo” por cinco anos. Voltou à televisão e foi para a TV Globo. Foi dirigir o “Dercy de Verdade”. Ficou na Globo por vários anos.
No teatro, como ator fez “Armadilha para um homem só”, “Escândalos Romanos”, com Dercy, “Procuro Viúva”, com Otelo Zeloni. Como autor escreveu, entre outros: “Fidel Castro condenou-me à morte”. Em cinema fez 14 filmes. Começou aos 20 anos e não parou nunca. Filmes bons e filmes ruins, como ele mesmo diz. Fez comerciais, publicidade. Fez de tudo. Escreveu romances. Até que resolveu mudar-se para Campinas, onde comprou um sitio e passou a morar, sem, contudo, deixar a arte. Já está em seu quarto casamento, com a advogada Mariângela.
Gaetano tinha cinco filhos. Ganhador de vários prêmios, sempre foi um homem feliz pois. E, quando solicitado para uma frase que resumisse sua vida, respondia apenas: “Valeu a pena. Tudo valeu a pena. Obrigado, meu Deus”.
Faleceu em 09 de Julho de 2011.