Nelson de Oliveira Ésper nasceu em Santos, estado de S.Paulo, em 28 de março de 1917. Filho de Alfredo, que veio da Síria como imigrante e Pedrilha, professora, filha de portugueses.
Ao lado dos irmãos, Nelson viveu no Boqueirão, em Santos, uma infância alegre e livre. Depois se transferiu para Campinas, a fim de estudar e, posteriormente, à capital paulista. Foi aí, ainda um rapazinho, que Nelson entrou para o teatro mambembe, na Companhia Nino Nelo. Alí começou a ajudar como contra-regra. Logo depois passou a fazer os papéis de 2º e 3º galã nas peças. Era alto, magro e simpático. Estava com 16 para 17 anos.
O pai era empresário teatral, e isso facilitava as coisas. Depois de ter sido mascate, o pai tinha resolvido empresariar teatro. Estava separado da mãe, mas reencontrou o filho, e resolveu chamá-lo para o teatro. Logo Nelson passou a falar também pelo microfone, nas cidades onde ia a Companhia Margarida Ésper, onde passou a trabalhar. E sua voz logo passou a ser notada, por ser muito bonita e perfeita.
E nessa vida Nelson ficou muito tempo e visitou vários estados e inúmeras cidades. Depois passou a ser diretor da rádio de Taquatinga, interior de São Paulo. A seguir passou a diretor comercial da Rádio Sociedade Jauense, ligado também, à parte artística. E assim, jovem que era, passou por várias cidades do Triângulo Mineiro. Depois foi para Goiás, voltando a seguir para S.Paulo, interior, e depois para a capital paulista. A Rádio Cultura foi a sua emissora. Aquela era uma emissora de elite e Nelson foi muito bem aceito. Já era um rapaz.
Logo passou a apresentador de cantores e atores. Sempre de “summer ou smoking”, como era exigido na época. De lá Nelson de Oliveira foi para a Rádio Bandeirantes e em seguida para a Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro. Trabalhava ao lado dos maiores nomes da época. Ao mesmo tempo, passou a gravar “jingles”, pois já havia se casado com Mary, uma americana, e tinha três filhos. Precisava ganhar mais. De volta a São Paulo lançou o programa “Galera no Nelson”, na Rádio Nacional de S.Paulo, programa que teve muito sucesso. Aí passou para a Televisão Paulista, também como apresentador.
Fez sucesso com “Quem sabe mais: o homem ou a mulher? “, tipo de programa que está em voga até os dias de hoje. Continuou gravando “jingles” e sendo locutor de cinema, nos principais jornais cinematográficos, além de jamais ter deixado o rádio, onde sua voz continuou sempre respeitada. Também continuou na televisão. Foi para a TV Gazeta, como apresentador do programa “Feira Livre do Automóvel”, que reunia em praça pública cerca de 5.000 carros por domingo. E isso por mais de 20 anos. Essa foi a vida do simpático Nelson de Oliveira, homem que ria muito, mas que chorava às vezes, quando falava de sua Mary, a esposa perfeita, que falecera alguns anos antes dele.
Nelson de Oliveira faleceu em 16 de maio de 2007.