Nicolau Tuma, filho dos libaneses José e Emilia Tuma, nasceu em Jundiaí, estado de São Paulo, em 19 de janeiro de 1911. A família quis que ele estudasse, e assim Nicolau o fez.
Vindo para São Paulo, ingressou na Faculdade de Direito doLargo de São Francisco, onde se formou. E depois fez vários cursos de extensão universitária. Mas o que ele sempre gostou foi de escrever, assim como de política. Foi presidente do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito e diretor do jornal “O Acadêmico”. Também, ainda bem jovem, participou do jornal do bairro do Paraíso, chamado “O Sete”. Nome cabalístico, escolhido por ele. Sempre continuou na carreira jornalística, trabalhando em jornais grandes, como repórter policial.
Conheceu então pessoas ligadas à Rádio Educadora Paulista e em 1929 entrou para o rádio. Sua voz, sua dicção e sua capacidade de improvisação foram sempre elogiadas. Em seguida passou para o jornalismo esportivo. Foi ele o primeiro locutor de uma partida de futebol. Até então fazia-se flashes, contava-se como ia o jogo, mas não se transmitia a partida, passo a passo. De forma criativa Nicolau Tuma o fez, e, pouco tempo depois, com um pouco mais de prática, foi cognominado “Olocutor Metralhadora”. É que não se podia deixar o silêncio, o vácuo, que enseja o ouvinte a mudar de estação.
Nicolau Tuma descrevia os pormenores, falava sem parar, criando um estilo, que, de certa maneira, perdura até hoje, em transmissões radiofônicas. Ao mesmo tempo Tuma advogava pelo interior de São Paulo, e tocava sua profissão. Seu pai, José Tuma tinha sido pioneiro em publicidade de rádio. O filho gostou da coisa e também começou a conseguir patrocinadores. Com isso, é claro, ganhou muito prestígio junto às diretorias das emissoras. Esteve na Rádio Record, na Rádio Cultura, e na Rádio Difusora como apresentador de programas. Sempre na capital Paulista.
Em 1945 era o diretor comercial da Rádio Bandeirantes. Casou-se aos 31 anos com Julieta, mas enviuvou pouco tempo depois, ficando com uma filhinha, Ana Maria, de poucos meses de idade. Assim se lançou ao trabalho e foi para o Rio de Janeiro dirigir a Rádio Tamoio. Foi ele quem criou o termo “Radialista”, quando foi fundada a Associação Brasileira de Rádio, com sede no Rio. “Radialista é a soma de rádio com idealista, pois trabalhávamos muito e não ganhávamos nada”, diz Nicolau Tuma sorrindo. E, por ser assim vivo e inteligente, ingressou ele também na política.
Em 1947 foi eleito vereador no Município de São Paulo, tendo sido reeleito em 1951 e em 1955. Em 1956 foi nomeado por Jânio Quadros, para ser Diretor de Trânsito. Em 1958, 62 e 66 foi eleito por três vezes deputado federal. Deixou a Câmara Federal em 1968, sob os aplausos unânimes e comovidos de todos os colegas, de todos os estados do Brasil. Consagrado por sua inteligência e retidão de caráter. A seguir foi presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Depois passou a trabalhar na GAP – Grupo de Assessoria do Governo do Estado, com Paulo Maluf. Foi de Tuma também a elaboração do Código Nacional de Trânsito, que vigorou no Brasil por 32 anos. Participou ainda da grande obra que é o Código Brasileiro de Telecomunicações. Participou da criação do DDD e DDI, com a Embratel, sempre com coragem e discernimento, defendendo os interesses do povo brasileiro.
Sua preocupação era constante com os objetivos nacionais e sociais, com a influência dos veículos de comunicação, na formação da personalidade de toda a nação. Nicolau Tuma recebeu todos os títulos, comendas e prêmios, que poderia receber. Recebeu a comenda “Almirante Tamandaré”, “Imperatriz Leopoldina”, “Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo”, e muitos outros prêmios. Tendo ficado viúvo aos 31 anos de idade, voltou a casar-se muitos anos depois. Sua última esposa, com quem esteve casado por mais de 40 anos foi Lucia de Barros Tuma.
Não fez muita televisão, sendo porém, consultado sempre e convidado muitas vezes, quando de momentos importantes. Personalidade ímpar, ainda é de memória total, de dicção perfeita e de um cérebro privilegiado. Esse foi Nicolau Tuma, a quem todos os “radialistas”, nome dado a quem trabalha em rádio ou televisão, por certo muito devem, pois ele uniu e engrandeceu a classe.
Nicolau Tuma faleceu em 11 de fevereiro de 2006.