Roberto Pisani Marinho nasceu em 3 de dezembro de 1904, na cidade do Rio de Janeiro. Foi o primeiro dos cinco filhos de Irineu Coelho de Barros e de Francisca Pisani Barros Marinho. Seu pai, jornalista renomado, fundou os jornais A Noite, em 1911, e O Globo, em 1925.
Fez seus estudos nos colégios Paula Freitas, Anglo Brasileiro, no Rio de Janeiro. É Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Brasília, Federal de Uberlândia, Federal do Rio Grande do Norte e Gama Filho.
Em 1993, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número 39.
Em dezembro de 1946, Roberto Marinho casou-se com Stela Goulart Marinho com quem teve quatro filhos: Roberto Irineu (falecido em 1970), João Roberto e José Roberto Marinho. É casado com Lily de Carvalho Marinho e tem onze netos e cinco bisnetos.
Roberto Marinho acompanhou todo o processo do jornal O Globo como secretário de seu pai Irineu Marinho. Pouco tempo depois do lançamento do jornal, Irineu Marinho faleceu. Roberto Marinho, o filho mais velho, tinha apenas 21 anos e se considerava pouco experiente para assumir a direção do jornal. Após uma consulta familiar, a viúva Francisca Marinho propôs que o jornalista Eurycles de Mattos ocupasse o cargo de diretor-redator-chefe de O Globo, tendo Roberto Marinho como seu secretário. Nos anos seguintes, Roberto Marinho se empenhou em aprender, da oficina à administração, cada detalhes da complexa engrenagem do jornal.
Em 1931, com o falecimento de Eurycles de Mattos, Roberto Marinho, então com 26 anos, assumiu o cargo de diretor-redator-chefe do jornal O Globo. Naquele momento, Roberto Marinho já tinha o domínio completo do ofício jornalístico. Chegava cedo à redação e só saia à noite. Com apurado senso estético, conhecia a produção gráfica do jornal e exigia do noticiário objetividade, sem prejuízo do aspecto humano. Ainda na década de 30. Roberto Marinho passou a contar com a colaboração de seus irmãos Ricardo e Rogério. Ao longo dos anos, Roberto Marinho implementou uma série de mudanças editorias e estéticas no jornal, ampliou e modernizou as instalações e contratou muito profissionais talentosos que ajudaram a transformar O Globo em um dos mais conceituados jornais do mundo.
A partir da década de 40, projetou-se como personalidade nacional, jornalista e empresário preocupado com os rumos políticos, econômicos e sociais do país. Sua participação intensa nos diversos setores da vida do país rendeu-lhe homenagens e prêmios dos mais destacados como a “Ordem do Rio Branco”.O Jornal O Globo foi o ponto de partida para o conjunto de empresas hoje denominado Organizações Globo.
Em 1944, Roberto Marinho inaugurou a Rádio Globo do Rio de Janeiro. Com um transmissor de 10kW, a pequena emissora desenvolveu-se ao longo da década de 1950, unindo música, esporte e informação.
A Rádio Globo, foi a primeira emissora do Sistema Globo de Rádio. Hoje são 12 emissoras próprias e 16 afiliadas, entre AMS e FMS, com um público calculado em cerca de 9 milhões de pessoas, que acompanham seus programas populares e noticiosos, que têm como característica marcante a interatividade com os ouvintes. O mais recente investimento de Roberto Marinho no radiojornalismo foi a criação da CBN (Central Brasileira de Notícias), um grupo de emissoras all news 24 horas no ar.
Em 1657, a Rádio Globo recebeu a concessão de uma estação de televisão. Em26 de 1965, foi inaugurada a TV Globo, Canal 4, no Rio de Janeiro. Para acomodar as instalações da nova emissora, Roberto Marinho mandou construir um prédio especialmente planejado. A TV Globo foi criada com recursos do próprio Roberto Marinho, que chegou a empenhar todos os seus bens para pagar empréstimos financeiros.
A pequena emissora inaugurada em 1965, transformou-se na Rede Globo de Televisão. Tendo como base cinco emissoras geradoras: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Recife e 115 emissoras afiliadas, a Rede pode se orgulhar de chegar a 99% dos domicílios com televisão no Brasil. A qualidade da programação está ancorada na valorização da cultura brasileira, através de uma dramaturgia e de programas criados por autores nacionais, da transmissão de eventos que valorizam o esporte nacional e internacional, de um sofisticado padrão estético que alia a beleza aos avanços tecnológicos e de um jornalismo comprometido com a objetividade da informação e com o interesse público . Para manter a produção e a qualidade da programação, Roberto Marinho investiu na criação do Projac (Projeto Jacarepaguá), o maior centro de produções da América Latina.
Roberto Marinho tornou-se, após a criação da Rede Globo de Televisão, o maior empresário de comunicação do Brasil e um dos mais importantes do mundo. Hoje, além da Rede Globo, do Sistema Globo de Rádio e do jornal O Globo, o grupo é dono da Globosat, que disponibiliza cerca de 21 canais de TV por assinatura dedicados a jornalismo, entretenimento, esportes, variedades e cinema de empresas voltadas para a distribuição de canais por assinatura pelo Brasil e pela América Latina. É dono também de dois jornais de estilo popular: “ Extra”, no Rio de Janeiro e “Diário de São Paulo” (apenas o nome tem relação com o antigo jornal dos Diários Associados, sendo que o atual era antes o famoso Diário Popular) em São Paulo. Além disso, possui uma editora – Editora Globo – que publica revistas semanais, títulos literários e produtos multimídia – e uma gravadora: Som Livre, responsável por mais de 100 lançamentos de títulos anuais da indústria fonográfica.
Consciente de seu papel, como empresário, de colaborar com a melhoria da sociedade brasileira. Roberto Marinho criou em novembro de 1977, a Fundação Roberto Marinho, entidade privada sem fins lucrativos, com o objetivo de desenvolver ações nas áreas de educação, patrimônio e ecologia. Embora trabalhando em parceria com empresas privadas e outras instituições, a Fundação Roberto Marinho é mantida até hoje pelas Organizações Globo, com apoio das suas redes de rádio e televisão e do jornal O Globo. Foram inúmeros os projetos realizados pela Fundação Roberto Marinho, destacando-se o “Telecurso”, projeto de educação à distância, implementado desde 1981, que é assistido semanalmente por mais de 7,5 milhões de brasileiros, e o Canal Futura – o canal do conhecimento, o primeiro empreendimento na área de TV Educativa totalmente financiado pela iniciativa privada. Transmitido pelo Globosat, alcança cerca de 36 milhões de telespectadores, é utilizado em 8.000 instituições comprometidas com a educação.
Roberto Marinho faleceu em 06 de agosto de 2003, aos 98 anos.