O teatro e as artes brasileiras choraram a morte, no último dia 02 de maio, de um dos maiores diretores das artes cênicas: José Alves Antunes Filho, ou simplesmente Antunes Filho, o mestre do teatro brasileiro.
Antunes Filho morreu aos 89 anos, no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, vitimado por um câncer de pulmão em estágio avançado. Seu corpo foi velado no Teatro Sesc Consolação e depois cremado na Vila Alpina, na Zona Leste de São Paulo.
O premiado diretor, nascido na capital paulista no bairro do Bixiga, trocou a Faculdade de Direito da USP pelas artes dramáticas e fez parte da primeira geração de diretores e encenadores do Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC. Sua estréia nos palcos foi em 1953 com a peça “Weekend” do britânico Noel Coward.
Os primeiros prêmios vieram em 1959 com a montagem de “O Diário de Anne Frank” e o reconhecimento da crítica e do público aconteceu em 1978 com a inovadora montagem de “Macunaíma” para os palcos.
Antunes Filho foi o criador do Centro de Pesquisa Teatral (CPT), escola de formação e grupo teatral por onde passaram importantes nomes do teatro nacional e adaptou para os palcos as principais obras de William Shakespeare e do brasileiro Nelson Rodrigues.
Ele fez apenas uma incursão no cinema ao produzir e dirigir o filme “Compasso de Espera” em 1973, estrelado por Zózimo Bulbul, Renée de Vielmond e Karin Rodrigues.
Seu último espetáculo estreou em setembro do ano passado no teatro do Sesc Consolação e foi “Eu Estava em Minha Casa e Esperava que a Chuva Chegasse”, texto do francês Jean-Luc Lagarce.